BIREME - Repositorio RHS
Trabalho em saúde, desigualdades e políticas públicas
A área da saúde tem constituído um dos mais significativos setores da economia imbricado com a estrutura produtiva, o desenvolvimento tecnológico, a geração de emprego e consequente fonte de rendimento. Seus efeitos dinâmicos, tanto em termos econômicos como sociais, reproduzem-se a médio e longo prazo. Estas características aprofundam-se com o processo de envelhecimento da população, assim como com a ampliação e diversificação das formas e tipos de cuidados de saúde. A tendência de crescimento recorrente da necessidade de financiamento da política de saúde tem sido enfrentada com reformas estruturais, organizacionais e culturais, tanto nos países desenvolvidos, como nos que se encontram em vias de desenvolvimento. A publicação está organizada em cinco capítulos que procuram resgatar a teórica dimensão interdisciplinar teórica que caracteriza este campo de estudo, como também, promover o diálogo entre realidades, práticas e experiências diversificadas, ainda que subsumidas à temática central que orientou o Seminário que empresta o título a esta publicação: Trabalho em Saúde, Desigualdades e Políticas Públicas.
Psicologia, trabalho e saúde: um estudo sobre a atuação dos psicólogos no campo da saúde do trabalhador
INTRODUÇÃO: Este estudo investiga as práticas dos psicólogos do trabalho voltadas para a promoção da saúde dos trabalhadores. OBJETIVO: objetivo de identificar as atividades desenvolvidas por eles na amenização do sofrimento dos trabalhadores e para a promoção da saúde no trabalho. Além disso, analisa como os psicólogos se posicionam frente às práticas que desenvolvem e como estas vêm atualmente contribuindo para a promoção do bem-estar dos trabalhadores. MATERIAL E MÉTODO: A investigação, de natureza quanti-qualitativa, foi realizada com psicólogos que atuam em organizações no Ceará. Os dados foram coletados pela aplicação de questionário, enviado pela internet para os psicólogos inscritos no Conselho Regional de Psicologia do Ceará (CRP11), e por meio de entrevistas semi-estruturadas com cinco profissionais da área. No estudo quantitativo, verificou-se que 56,7% dos pesquisados relatam realizar atividades voltadas para a promoção da saúde e prevenção do adoecimento no trabalho. RESULTADOS: Em relação à qualificação dos psicólogos investigados, dos 56,7% que atuam em saúde do trabalhador, 60% afirmaram possuir capacitação nesta área. As entrevistas revelaram que o psicólogo não tem a saúde do trabalhador como prioridade na sua atuação profissional. Embora conheçam as principais teorias, o tema saúde do trabalhador parece obscuro para estes profissionais que não foram capacitados para realizar uma leitura crítica sobre tal questão. Desta forma, as ações desenvolvidas na área enfocada se mostraram insuficientes. Este quadro se deve, provavelmente, a falhas na formação, à acomodação dos profissionais, a uma visão excessivamente empresarial e à falta de articulação da categoria para viabilizar troca de informações e conhecimentos. A preocupação com a saúde física mostrou-se prioritária para os psicólogos em detrimento da saúde mental. CONCLUSÃO: Os Psicólogos do trabalho utilizam de maneira acrítica modelos e estratégias de ação em saúde na forma de programas pontuais, sem terem consciência do impacto e das repercussões que estes exercem sobre os sujeitos.
INTRODUCTION: This study investigates the work psychologists' actions and programs related to the promotion of health at work. OBJECTIVE: The research aims to identify activities and strategies developed by psychologists in preventing workers' suffering and promotion of health at work. MATERIAL AND METHODS: It analyses the psychologists' viewpoint in relation to their practices and how these practices contribute for promoting workers' well being. In the investigation, a quantiqualitative approach was used. The participants were a group of Ceará's organizational psychologists. Data were collected by the application of a questionnaire, sent by the internet to psychologists enrolled in Regional Council of Psychology of Ceará (CRP11), and by semi-structured interviews with five professionals. The results of the quantitative study showed that 56,7% of the participants develop activities related to promotion of health and prevention of illness at work. RESULTS: However, only 60% of those have done some kind of training in the area. The interviews revealed that organizational psychologists do not have worker's health as priority in their professional routine. Although they know the main theories, the theme "workers health" seems obscure and they do not have qualification for a critical approach. The actions developed in the area are poor. This picture is due, probably, to lack of professional qualification, accommodation of the professional, to an excessive organization perspective and to a lack of articulation of the category to allow the exchange of information and knowledge. The concern with the physical health was shown as a priority for the psychologists instead of issues related to mental health. CONCLUSION: The work psychologists use models and strategies in a non critical way trough narrow programs and actions without awareness of the impact and the repercussions that they exercise on the subjects.
INTRODUCTION: This study investigates the work psychologists' actions and programs related to the promotion of health at work. OBJECTIVE: The research aims to identify activities and strategies developed by psychologists in preventing workers' suffering and promotion of health at work. MATERIAL AND METHODS: It analyses the psychologists' viewpoint in relation to their practices and how these practices contribute for promoting workers' well being. In the investigation, a quantiqualitative approach was used. The participants were a group of Ceará's organizational psychologists. Data were collected by the application of a questionnaire, sent by the internet to psychologists enrolled in Regional Council of Psychology of Ceará (CRP11), and by semi-structured interviews with five professionals. The results of the quantitative study showed that 56,7% of the participants develop activities related to promotion of health and prevention of illness at work. RESULTS: However, only 60% of those have done some kind of training in the area. The interviews revealed that organizational psychologists do not have worker's health as priority in their professional routine. Although they know the main theories, the theme "workers health" seems obscure and they do not have qualification for a critical approach. The actions developed in the area are poor. This picture is due, probably, to lack of professional qualification, accommodation of the professional, to an excessive organization perspective and to a lack of articulation of the category to allow the exchange of information and knowledge. The concern with the physical health was shown as a priority for the psychologists instead of issues related to mental health. CONCLUSION: The work psychologists use models and strategies in a non critical way trough narrow programs and actions without awareness of the impact and the repercussions that they exercise on the subjects.
Práticas gerenciais de enfermeiras em unidades de produção de serviços hospitalares
Introdução: Estudo sobre práticas gerenciais de enfermeiras em unidades de produção de serviços (UPS) hospitalares, em um Hospital Público de Ensino de Salvador-Bahia Objetivos: objetivo geral: analisar a prática gerencial de enfermeiras coordenadoras. Trata-se de estudo com abordagem qualitativa, descritiva e exploratória. Material e métodos: Como técnicas de coleta de dados utilizamos entrevistas semi-estruturadas, observação assistemática e análise documental, com coleta de dados no período entre outubro à dezembro de 2010. Os sujeitos do estudo foram cinco enfermeiras que exerciam cargo de coordenação de unidades de produção de serviços com diferentes complexidades e finalidades no referido hospital. O tratamento do material coletado foi submetido à análise de conteúdo segundo Bardin (2004). Consideramos quatro categorias de análise para apreensão do exercício da prática gerencial da enfermeira fundamentadas no debate teórico sobre gestão em serviços de enfermagem, a saber: quanto à natureza das atividades desenvolvidas, quanto à interação-articulação entre as coordenações, quanto à autonomia e quanto ao uso de ferramentas gerenciais. Todos os sujeitos da pesquisa foram do sexo feminino, com especialização na área clinica, porém sem capacitação específica gerencial. Resultados: Os resultados mostram que o conteúdo das práticas das coordenadoras concentrou-se para atividades de supervisão-controle, planejamento, avaliação e capacitação; identificamos que as enfermeiras detêm mais autonomia com a equipe de enfermagem, porém limitada para questões macro da organização, principalmente para execução; no que tange a interaçãoarticulação com as demais coordenadoras, esta se restringe à discussão de problemas que envolvem as unidades de produção, porém não ocorre para planejamento e avaliação dos serviços. A análise das categorias foi permeada por fatores intervenientes positivos, como a possibilidade de crescimento profissional e aprimoramento pessoal e, negativos, relacionados à lentidão na resolutividade de problemas, recursos financeiros e de pessoal deficientes. Constatamos que as práticas gerenciais adotadas remetem fortemente a teorias clássicas da administração com conceitos intrínsecos de visões e atitudes centralizadoras e com divisão do trabalho. Conclusão: Concluímos neste estudo que a prática gerencial de enfermeiras coordenadoras de unidades de produção de serviços hospitalares encontra-se distante do necessário para articulação, descentralização e efetividade, tendendo a reproduzir modelos tradicionais nos quais predominam estruturas hierárquicas de controle e obediência às normas. De uma forma geral consideramos que as profissionais se ressentem em sua prática de fragilidade teórica no campo da gerência, além do uso limitado de ferramentas gerenciais que orientem o trabalho, principalmente para avaliação. Esperamos que este estudo contribua para discussões sobre as características, condicionantes e determinantes das práticas gerenciais de enfermeiras.
Introduction: Study on management practices of nurses in service production units (UPS) hospital, in a public hospital of Salvador, Bahia. Objectives: to analyze the business practice of nurse coordinators. It is a study with a qualitative descriptive and exploratory. Materials and methods: As collection techniques used semi-structured interviews, systematic observation and document analysis, with data collection from October to December 2010. The subjects were five nurses who performed charge of coordination of service production units with different complexities and purposes in this hospital. The treatment of the collected material as subjected to content analysis according to Bardin (2004). We consider four categories of analysis for understanding the exercise of managerial practice nurse based on the theoretical debate about management in nursing services, namely: the nature of activities, regarding the interaction between the jointcoordination, and autonomy as to how to use of managerial tools. All subjects were female, with clinical expertise in the area, but without specific training in management. Results: The results show that the content of the practices of the coordinators for activities focused supervisory control, planning, evaluation and training; identified that nurses have more autonomy with the nursing staff, but limited to macro issues of organization, especially for implementation regarding the interaction-coordination with other coordinators, it is restricted to discussion of problems involving the production units, but does not occur for planning and evaluation of services. The analysis of categories was permeated by positive intervening factors such as the possibility for professional growth and personal enrichment, and negative, related to slowness in solving problems, financial resources and staff with disabilities. We note that the management practices adopted relate strongly to the classical theories of management with intrinsic concepts of views and attitudes centering and division of labor. Conclusion: We conclude from this study that the managerial practice of nurses coordinating units of production of hospital services is far from necessary for articulation, decentralization and effectiveness, tending to reproduce traditional models in which aspects hierarchical controlled, obedience to the rules. In general we believe that the professionals resented his practice in the field of theoretical fragility of management, in addition to limited use of management tools to guide the work, mainly for evaluation. We hope this study will contribute to discussions on the characteristics, constrains and determinants of managerial practice of nurses.
Introduction: Study on management practices of nurses in service production units (UPS) hospital, in a public hospital of Salvador, Bahia. Objectives: to analyze the business practice of nurse coordinators. It is a study with a qualitative descriptive and exploratory. Materials and methods: As collection techniques used semi-structured interviews, systematic observation and document analysis, with data collection from October to December 2010. The subjects were five nurses who performed charge of coordination of service production units with different complexities and purposes in this hospital. The treatment of the collected material as subjected to content analysis according to Bardin (2004). We consider four categories of analysis for understanding the exercise of managerial practice nurse based on the theoretical debate about management in nursing services, namely: the nature of activities, regarding the interaction between the jointcoordination, and autonomy as to how to use of managerial tools. All subjects were female, with clinical expertise in the area, but without specific training in management. Results: The results show that the content of the practices of the coordinators for activities focused supervisory control, planning, evaluation and training; identified that nurses have more autonomy with the nursing staff, but limited to macro issues of organization, especially for implementation regarding the interaction-coordination with other coordinators, it is restricted to discussion of problems involving the production units, but does not occur for planning and evaluation of services. The analysis of categories was permeated by positive intervening factors such as the possibility for professional growth and personal enrichment, and negative, related to slowness in solving problems, financial resources and staff with disabilities. We note that the management practices adopted relate strongly to the classical theories of management with intrinsic concepts of views and attitudes centering and division of labor. Conclusion: We conclude from this study that the managerial practice of nurses coordinating units of production of hospital services is far from necessary for articulation, decentralization and effectiveness, tending to reproduce traditional models in which aspects hierarchical controlled, obedience to the rules. In general we believe that the professionals resented his practice in the field of theoretical fragility of management, in addition to limited use of management tools to guide the work, mainly for evaluation. We hope this study will contribute to discussions on the characteristics, constrains and determinants of managerial practice of nurses.
Caracterização da residência médica no Estado de São Paulo 2003
Introdução: A Residência Médica, como área de pós-graduação “sensu lato”, tem se mostrado a maneira mais adequada para a formação médica há muitas décadas. No Brasil, embora os primeiros programas tenham se iniciado na década de 40, sua regulamentação pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) deu-se em 1977 pelo Decreto n.º 80.281. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES/SP) por mais de vinte anos vem financiando bolsas para Residência Médica em instituições de diferentes naturezas jurídicas vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Nos últimos anos o número de bolsas financiadas pela SES/SP tem girado em torno de 4.553, o que representa, aproximadamente, segundo dados da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), 27% do total de bolsas do país e 70,4% das bolsas do Estado de São Paulo. Isto implica num repasse de cerca de cinco milhões e quinhentos mil reais mensais, totalizando aproximadamente sessenta e quatro milhões de reais por ano. e assim, possamos replicar tais análises para cada especialidade médica. Objetivos: Objetivo Geral Fornecer subsídios no sentido de direcionar a SES/SP em relação à política de distribuição das bolsas de Residência Médica. Objetivos Específicos: 1- Caracterizar a distribuição de bolsas de Residência Médica no Estado de São Paulo, tendo por referência o ano de 2003, em relação à natureza jurídica das instituições que ofertam programas, número de programas por área, número de residentes por área, bem como a distribuição espacial desta oferta, nas diversas regiões de saúde; 2- Analisar o perfil de oferta de bolsas de residência médica no Estado de São Paulo, frente à disponibilidade de postos de trabalho médicos ocupados, nas diferentes áreas de especialidades, por região de saúde; 3- Analisar o perfil de oferta de bolsas de residência médica no Estado de São Paulo, frente à capacidade instalada nas diferentes 3 regiões de saúde do estado, tomando por referência o número de leitos disponíveis. Resultados: Os resultados parecem indicar a possibilidade de que possa existir alguma relação entre o número de postos de trabalho médico ocupados e número de residentes, já que todas as DIRs que têm relação residente/hab. superior à média do estado, que são São Paulo, Botucatu, Campinas, Marília, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, têm relação postos de trabalho médico ocupados/hab. também superior à média estadual, com exceção apenas da DIR de Marília. Conclusão: a Residência Médica, além de cumprir um papel de especialização profissional, parece também induzir a fixação de egressos nas regiões de sua abrangência, melhorando, pela qualidade dos mesmos, a assistência médica prestada à população e induzindo a estruturação de serviços mais adequados, não se pode perder a oportunidade de usar mais este instrumento na política de saúde traçada pelo Sistema Único de Saúde. (AU)
A construção da integralidade a partir de práticas de equipes de saúde da família no pré-natal
O processo de implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) tem contemplado diferentes propostas na organização dos serviços de saúde no Brasil. Destaca-se a estratégia do Programa de Saúde da Família – PSF, eleita pelo Ministério da Saúde como capaz de reverter o modelo assistencial vigente. Um dos elementos fundamentais na discussão acerca dos resultados alcançados pela estratégia é a possibilidade de incorporação de novas práticas em saúde, de modo a garantir a integralidade. Este estudo analisa a construção da integralidade a partir de práticas de equipes de saúde da família no pré-natal. A pesquisa foi de natureza qualitativa descritiva. Os sujeitos do estudo foram vinte profissionais de saúde das categorias que compõem a equipe mínima preconizada pelo Ministério da Saúde: enfermeira, médica, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde que atuam no PSF há cinco anos na mesma unidade e equipe. As técnicas utilizadas para a coleta de dados foram a entrevista semi-estruturada e observação participante. Para análise dos dados utilizou-se a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo que possibilitou a captação da visão dos profissionais acerca das mulheres atendidas, as práticas desenvolvidas e o conceito de integralidade construído a partir dessas práticas. Os resultados demonstraram que com relação às mulheres atendidas, a fragmentação e o reducionismo alicerçado aos papéis de gênero permanecem, as práticas ainda centralizam-se nas questões reprodutivas, desfavorecendo a autonomia das mulheres e os conceitos de integralidade consistem no acesso à rede hierarquizada de serviços de saúde, no atendimento das demandas sociais que interferem na saúde e na oferta de ações contínuas e sistematizadas. O tempo de atuação, o incentivo financeiro e as capacitações a que estes
The process of implementation of the Single Health System (SUS) has contemplated different proposals in the organization of health services in Brazil. The strategy of the Family Health Program (PSF), elected by the Department of Health as a strategy able to revert the current assistance model, is highlighted. One of the basic factors in the discussion regarding the results reached by this strategy is the possibility of incorporating new health practices in a way that guarantees its comprehensiveness. This study analyses the construction of this totality starting from the practices of family health teams during prenatal care. The study is of qualitative and descriptive nature. Twenty health professionals were the subjects of the study from the categories that compose the minimum team approved by the Department of Health: nurse, doctor, nursing assistants, and community health agents that have been working in the PSF for five years in the same unit and team. Semi-structured interviews and participant observation were the techniques used for the data collection. For the analysis of the data, the Collective Subject Discourse technique was used. This technique allowed a view regarding the women attended, the practices developed, and the concept of comprehensiveness built from these practices. The results demonstrated that gender inequalities still remain regarding the women attended. The practices are still centralized in the reproductive issues what does not flavor the autonomy of women and the concepts of totality consist on the access to hierarchies of services of health, to assist the social demands that interfere in the health and in the offer of continuous and systematized actions. Performance time, financial incentives, and the training programs which these professionals had access to, were not enough to guarantee the production of new practices in the perspective of totality, guaranteeing the transforming potential of the PSF. profissionais tiveram acesso, não foram suficientes para garantir a produção de novas práticas na perspectiva da integralidade, garantindo o potencial transformador do PSF
The process of implementation of the Single Health System (SUS) has contemplated different proposals in the organization of health services in Brazil. The strategy of the Family Health Program (PSF), elected by the Department of Health as a strategy able to revert the current assistance model, is highlighted. One of the basic factors in the discussion regarding the results reached by this strategy is the possibility of incorporating new health practices in a way that guarantees its comprehensiveness. This study analyses the construction of this totality starting from the practices of family health teams during prenatal care. The study is of qualitative and descriptive nature. Twenty health professionals were the subjects of the study from the categories that compose the minimum team approved by the Department of Health: nurse, doctor, nursing assistants, and community health agents that have been working in the PSF for five years in the same unit and team. Semi-structured interviews and participant observation were the techniques used for the data collection. For the analysis of the data, the Collective Subject Discourse technique was used. This technique allowed a view regarding the women attended, the practices developed, and the concept of comprehensiveness built from these practices. The results demonstrated that gender inequalities still remain regarding the women attended. The practices are still centralized in the reproductive issues what does not flavor the autonomy of women and the concepts of totality consist on the access to hierarchies of services of health, to assist the social demands that interfere in the health and in the offer of continuous and systematized actions. Performance time, financial incentives, and the training programs which these professionals had access to, were not enough to guarantee the production of new practices in the perspective of totality, guaranteeing the transforming potential of the PSF. profissionais tiveram acesso, não foram suficientes para garantir a produção de novas práticas na perspectiva da integralidade, garantindo o potencial transformador do PSF